A EXPRESSÃO LOCAL DA IGREJA

Não seja enganado pelo cristianismo de hoje. No cristianismo há muito falar vão, principalmente com relação à igreja, mas pouco desse falar é prático. De acordo com a revelação do Novo Testamento, a igreja o Corpo de Cristo, é expressado nas igrejas locais. Se você não tem a igreja local, não tem a igreja. Deus é expressado em Cristo, Cristo é expressado na igreja e a igreja é expressada nas igrejas locais.

Leia outra vez o Novo Testamento. A primeira menção da igreja está em Mateus 16:18, onde o Senhor disse: “Edificarei a minha igreja.” Como já citamos, essa é a igreja universal. A última menção da igreja está no livro de Apocalipse. Em Apocalipse 1:11 lemos sobre sete igrejas em sete cidades: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Aqui a igreja não é universal, mas local. Em vez de dar-nos ensinamentos sobre a igreja, a Bíblia nos dá ilustrações de sete igrejas um sete cidades específicas. Os nomes de todas essas cidades são dados em um único versículo. Assim vemos que toda igreja é igual, em jurisdição, a uma cidade. A carta à igreja em Éfeso é uma carta à cidade de Éfeso. Assim, a igreja em Apocalipse não é a igreja universal, mas a igreja numa cidade, uma igreja local. A intenção de Deus é produzir a igreja por meio de Cristo e fazê-la exprienciável de uma maneira prática e expressada nas igrejas. No Novo Testamento, dois pontos estão muito claros: que a igreja é prática nas igrejas e que cada igreja deve ser equivalente à cidade onde ela está. Em outras palavras, cada cidade tem de ter somente uma igreja.


UMA CIDADE, UMA IGREJA 

É semelhante ao princípio governante de Deus no casamento, o princípio de uma esposa para um marido. Se um marido tem mais de uma esposa, isso é fornicação, confusão. Assim como todo marido deve ter uma única esposa, também cada cidade só pode ter uma única igreja. Se uma cidade tiver mais de uma igreja, isso é fornicação e confusão espiritual. Como Corpo de Cristo, a igreja é unicamente uma em todo o universo. Quando essa igreja é expressada em qualquer cidade específica, tem de ser unicamente uma naquela cidade. Se não for unicamente uma em cada cidade, haverá divisão e fornicação espiritual. Se um homem tiver muitas outras mulheres além da esposa, essas serão concubinas. Somente a esposa aceita legalmente é sua esposa; as outras têm uma relação com aquele homem, mas não são esposas: são somente concubinas. De modo semelhante, cada cidade, como um “marido”, tem de ter somente uma igreja. Com relação a essa verdade, não há qualquer sombra de dúvida na Bíblia. A verdade cristalina na Bíblia é: uma cidade, uma igreja.

Após mencionar a igreja universal em Mateus 16:18, Senhor, em Mateus 18:17, mencionou a questão da igreja local, a igreja à qual podemos ir para ter nossos problemas resolvidos. Depois disso, em Atos, a igreja é mencionada com relação à cidade, como por exemplo a igreja em Jerusalém e a igreja em Antioquia. Em Romanos 16:1, lemos sobre a igreja em Cencréia e em 1 Coríntios 1:2, sobre a igreja em Corinto. Atos 14:23 diz que os apóstolos ordenaram presbíteros em cada igreja, e Tito 1:5 diz que presbíteros foram ordenados em cada cidade. Porquanto uma igreja equivale a uma cidade, os presbíteros da igreja são os presbíteros da cidade. Em cada cidade só deveria haver um único presbitério. Como já enfatizamos, no último livro da Bíblia as igrejas são mencionadas relacionadas às cidades. Aquilo que João viu, ele escreveu num livro e enviou-os às sete igrejas em sete cidades. Enviar o livro às sete igrejas equivalia enviá-lo às sete cidades onde as igrejas estavam (Ap 1:11). Essa é a revelação clara da Bíblia. A igreja no universo é uma, mas essa igreja tem de ser expressada na prática na terra nas cidades onde os santos estão. Em cada cidade deveria haver uma só igreja; assim como cada marido deveria ter uma única esposa.

Entretanto, olhe para a situação hoje. Um “marido” pode ter muitas “esposas”. Quando visitei pela primeira vez a cidade de Las Vegas, vi uma placa próxima dos limites da cidade, dando a população – cerca de noventa mil –, e também se gabando de que em Las Vegas havia mais de noventa das assim chamadas igrejas. Em outras palavras, havia uma “igreja” para cada milhar de pessoas. Parece que a cidade do jogo de Las Vegas queria ter a reputação de ser uma cidade cheia de “igrejas”. Entretanto, eles na verdade estavam se gabando da sua fornicação espiritual e da sua confusão. Se você fosse um cristão em Las Vegas, para qual dessas noventa “igrejas” iria? Se não fosse a nenhuma delas, estabeleceria uma outra, a nonagésima-primeira? Isso é divisão, e divisão signífica confusão. Aos olhos de Deus, confusão é fornicação. Fornicação significa que os santos não têm uma relação correta um com outro de acordo com o princípio governante de Deus. Toda vez que um homem relaciona-se com uma mulher fora da restrição do princípio governante de Deus, isso é fornicação. Essa fornicação gera confusão, e confusão significa divisão. Hoje, a situação global do cristianismo é uma questão de divisão. Quem pode negar isso?


Vejam a situação no distrito de Orange, principalmente em Anaheim. Disseram-me que Anaheim é famosa por três coisas: escolas, parques e “igrejas”. Aos olhos de Deus, essas “igrejas” não são igrejas, mas confusão, fornicação. Talvez alguns haverão de dizer-nos: “E quanto ao fato de vocês virem a Anahcim? Vocês não acrescentaram mais uma ao número atual? Não é mais um acréscimo à confusão? Vocês dizem que nós somos divisões e que vocês são a igreja. Vocês são muito orgulhosos em dizer isso. Também não somos nós cristãos? Como, então, podem vocês dizer que não somos a igreja?” Precisamos responder essa pergunta com muito cuidado para que os nossos olhos possam ser totalmente abertos. Quando dizemos que somos a igreja e não uma divisão, os outros nos acusam de sermos uma seita. Dizem: “As igrejas locais reivindicam que são a igreja e que todos os outros não são a igreja. Isso não significa que eles são uma seita?” Sobre essa questão precisamos de luz. Alguns de vocês, estando sob a influência dessas acusações, podem dizer a si mesmos: “Não somos todos nós cristãos? Por que, então, dizemos que somos a igreja e que eles são divisões, não igrejas? Talvez não seja justo dizer isso. Talvez o irmão Lee tenha ido a um extremo. Talvez alguns daqueles fora da igreja sejam melhores cristãos do que nós. Eles, por exemplo, podem orar mais do que nós e ser mais piedosos em seu viver diário. Muitos deles são gentis, bondosos, mansos e atenciosos. Alguns de nós, porém, são superficiais e um tanto descuidados. Como poderíamos com justiça dizer que somos a igreja e eles não?” Freqüentemente tenho me confrontado com esse tipo de conversa.

Vamos refletir acerca de uma esposa, corretamente casada com o seu marido. Mais tarde, o marido se junta a cinco outras mulheres. Suponha que a primeira, a correta, seja bastante rude, mas a segunda é bondosa, a terceira é tranqüila, a quarta diligente, a quinta generosa, a sexta amorosa e espiritual. Todas essas outras mulheres são muito melhores em certos aspectos do que a esposa. Todavia, digam-me, dentre essas seis, qual é a verdadeira esposa: a bondosa? a tranqüila? a diligente? a generosa? a espiritual? A resposta a tudo isso é “não!”. A primeira, embora seja rude, é a legítima esposa. Sobre que base dizemos que ela é a esposa correta? A base não é o que ela é, mas em que posição ela está. A pergunta a ser respondida é esta: a posição dela é a de uma esposa ou de uma concubina? Se a posição dela for a de uma concubina, não importa quão boa ela seja: ela não será a esposa porque não tem a posição de esposa. Se alguma das outras cinco mulheres fosse a um tribunal, juiz algum diria: “Porquanto você é bondosa e atenciosa, reconheço-a como a esposa verdadeira.” Não, o juiz pronunciaria a sua decisão de acordo com aquela que tinha a verdadeira posição, a base correta. Assim, a primeira mulher, embora não possuísse as virtudes das outras, seria reconhecida como a verdadeira esposa.

Encorajo vocês a gastar bastante tempo estudando dois livros que editamos, Palestras Adicionais sobre a Vida Igreja e A Expressão Prática da Igreja. Esses livros esclarecem a verdadeira situação e expõe a sutileza do inimigo. Posso assegurar-lhes que tem sido integralmente levado em conta tudo aquilo que o Senhor nos tem dado como o ministério em Sua restauração. O que quer que ministremos é cuidadosamente avaliado. Além disso, todas essas coisas têm sido praticadas na China há anos. Desse modo, temos certeza absoluta de que o que estamos fazendo aqui vem do Senhor e que esta é a restauração do Senhor.

Não seja influenciado por qualquer tipo de conversa sutil. Se encontrar críticas que não consiga rebater, leve-as aos presbíteros e cuidaremos juntos dessas críticas. Nossos críticos nos acusam com relação a dois itens principais: a Trindade e a igreja. Portanto, todos precisamos conhecer a verdade sobre esses dois pontos. Precisamos conhecer bem a situação e ter as armas adequadas para lutar na batalha.


 (Witness Lee)

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